A CATEDRAL METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
A Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, se destaca entre os prédios do Centro da cidade. Sua arquitetura única chama a atenção de todos que passam e surpreende aqueles que a visitam! Sua aparência e história não são nada convencionais e fazem dela um dos pontos mais curiosos da cidade maravilhosa!
A Catedral está aberta todos os dias das 07:00 às 17:00 e a visitação é totalmente gratuita!
ARQUITETURA DA CATEDRAL METROPOLITANA
A Catedral foi idealizada pelo Cardeal Câmara e seu secretário particular, e futuro executor das obras, Monsenhor Ivo Antônio Calliari. O arquiteto foi Edgar de Oliveira da Fonseca, o engenheiro Newton Sotto Maior e o mestre de obras Joaquim Corrêa.
A Catedral Metropolitana tem 75 metros de altura externa e 64 metros de altura interna, 106 metros de diâmetro externo e 96 de diâmetro interno. Quatro vitrais estão distribuídos ao longo do seu diâmetro, cada um medindo 64,50 x 17,80 x 9,60 metros. A Catedral conta ainda com uma área de 8.000 m², capaz de abrigar 20.000 pessoas em pé ou 5.000 sentadas!
Em seu subsolo, sob o altar-mor, encontra-se a cripta da Catedral. Também no subsolo, está localizado o Arquivo Arquidiocesano, onde é mantido um rico acervo de documentos. Tais documentos traçam um perfil social, político e religioso da cidade desde quando a igreja ainda era responsável por várias atividades em diferentes áreas da vida carioca.
SIMBOLISMO
Quem vê a Catedral Metropolitana por fora, geralmente não a identifica como uma igreja católica principalmente por não avistar uma das características mais tradicionais das construções católicas: a cruz no topo. Porém, como todas as igrejas católicas, a Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro também tem a cruz como seu símbolo máximo.
Ao entrar na Catedral, logo percebemos ao topo uma enorme cruz grega, localizada no centro de um círculo de 30 metros de circunferência. A cruz, feita de material transparente, iluminada pela luz natural que se espalha através dela, representa a presença de Cristo entre os homens.
Do ponto de vista arquitetônico, construir a cruz e o círculo foi um grande desafio. A solução para executar o projeto foi inspirada pela pirâmide Maia na Península de Yucatan, no México. A pirâmide possui uma larga base quadrada e se estreita até atingir a forma de um platô no topo.
Porém, ao contrário das pirâmides Maias, a base da Catedral Metropolitana tem formato circular e cônico pois representa a equidistância e proximidade das pessoas perante Deus. Sua forma remete também à mitra usada por bispos em cerimonias solenes.
Os quatro vitrais da Catedral estão posicionados de acordo com os pontos cardinais. Simbolicamente são como que extensões da cruz, através dos quais a bênção de Deus desce para vir de encontro aos homens. Os vitrais reafirmam a finalidade da Catedral, representando as quatro características fundamentais da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.
OS VITRAIS
Una, na cor verde, representa os elementos de unidade da igreja. No vitral, vemos o pastor e suas ovelhas, a Bíblia e a tiara papal, representando um governo, e o cálice representando um culto.
Santa, na cor vermelha, diz respeito a duas qualidades da Igreja: ela é santificada e santificante. Seu vitral ilustra um grupo de santos, a coroa de espinhos e as línguas de fogo do espírito santo.
Católica, na cor azul, refere-se à missão da Igreja de salvar os homens. Nesse vitral estão representadas pessoas de todas as raças, os símbolos dos quatro evangelistas (Mateus, Lucas, Marcos e João) e o Globus mundi.
Apostólica, na cor amarela, alude à hierarquia da Igreja Católica. Jesus, representante de Deus, envia seus discípulos que provêem os testemunhos apostólicos que baseiam a doutrina católica, enquanto a comunidade eclesial deve transmití-los às próximas gerações. O vitral nos mostra o Bispo, o Papa e São Pedro, bem como os símbolos da Paixão: lança, cravos, esponja, cruz e mortalha.
O PADROEIRO DA CIDADE
Fundada em 1565, a cidade foi batizada de São Sebastião do Rio de Janeiro. Embora o santo fosse muito popular entre os portugueses, o nome da cidade foi também uma homenagem ao então rei-menino Dom Sebastião de Portugal e Algarves.
A fundação do Rio de Janeiro fez parte de um esforço dos colonizadores portugueses contra a invasão francesa. Curiosamente, a batalha que garantiu a vitória portuguesa aconteceu no dia de São Sebastião, em 20 de janeiro de 1567. Reza a lenda que o santo foi visto junto aos portugueses durante a batalha.
Aprenda mais com nosso post sobre a História do Rio de Janeiro!
HISTÓRIA
Fundada em 1676, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro não possuía uma sede com sua própria catedral. Durante séculos, precisou utilizar outras igrejas. Durante seus primeiros 58 anos de existência foi abrigada em uma capela construída no antigo Morro do Castelo.
Em 1734, foi transferida para a igreja de Santa Cruz do Militares, onde permaneceu até 1737. Nesse período, foi transferida para a Igreja de Nossa senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, onde ficaria até 1808.
Em 1808, desembarca no Rio de Janeiro a família real portuguesa. Ao chegar, Dom João VI, Príncipe Regente de Portugal, torna a igreja de Nossa Senhora do Carmo sua Capela Real. Assim, a igreja foi elevada à categoria de Catedral. Ali, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro permaneceria até a segunda metade do século XX.
Durante muitos anos a Arquidiocese buscou apoio junto aos governantes para construir um local exclusivo para abrigá-la. Somente em 1964 o Estado da Guanabara lhe concede um terreno para construir sua Catedral. Com o desmonte do Morro de Santo Antônio, é criada uma área para abrigar a nova construção. No dia 20 de janeiro de 1964, inicia-se o projeto com o lançamento da pedra fundamental por D. Jaime de Barros Câmara, sob o Papa Paulo VI.
A primeira missa da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro foi celebrada por D. Eugenio de Araújo Sales em 1972. Contudo, duas datas posteriores são consideradas os verdadeiros marcos de sua inauguração. Em 1976, quando a Arquidiocese comemorou seu Tricentenário e a Catedral de São Sebastião teve seu altar-mor sagrado. A outra data foi em 1979, quando D. Eugenio comemorou o Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal, fazendo a solene Dedicação do Novo Templo.
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