Tudo sobre Paraty-Mirim!

A cidade de Paraty é uma das atrações mais procuradas do Sudeste. Lá temos várias opções de passeios: passeios de barco, museus, cachoeiras. Tanto pra quem ama História ou pra quem adora um destino de Sol e Praia.

Atualmente, Paraty conta com mais de 50 mil habitantes espalhados em diversos bairros de regiões urbanas e rurais. Olhar para essas comunidades tradicionais podem trazer uma mudança de perspectiva sobre o local.

Já falamos sobre a Vila de Trindade e o que fazer por lá! Hoje vamos falar sobre a vila de Paraty-Mirim, um dos meus lugares favoritos!

A Vila de Paraty-Mirim

A vila de Paraty-mirim é um lugar apaixonante! Sua história se confunde com a própria cidade de Paraty e o auge dessa área durante a colonização brasileira.

A descoberta do ouro no atual estado de Minas Gerais fez com que a dinâmica econômica brasileira mudasse totalmente. Houve uma maior penetração pelo território através de trilhas, um deslocamento populacional intenso e mudança do eixo Nordeste para o Sudeste, destacando-se os portos do Rio de Janeiro e Paraty.

Dois caminhos reconhecidos oficialmente pela Coroa foram feitos, hoje chamamos esse percurso de Estrada Real e nela temos o Caminho Velho e o Caminho Novo. O Caminho Velho conectava Ouro Preto, a antiga Vila Rica e a capital de Minas Gerais, e Paraty.

De lá, vários navios eram abastecidos e enviados para a nova capital, o Rio de Janeiro.

Hoje, várias agências oferecem tours para você percorrer um pouco do Caminho do Ouro de Paraty. Para saber mais, leia nosso post!

Apesar da pouca documentação, sabemos que a praia de Paraty-Mirim teve um papel fundamental durante essa movimentação no Ciclo do Ouro. Além disso, algumas décadas depois, a área serviu de porto clandestino de escravos para abastecer o Sudeste brasileiro, principalmente para as plantações de café.

Hoje, Paraty-mirim encontra-se em uma Área de Proteção Ambiental de Caiçaru onde protege também o bairro de Trindade e a famosa Praia do Sono.

Como chegar?

Pra quem sai de Paraty, temos duas opções e tanto ir de carro quanto de transporte público é super tranquilo! De carro, o acesso é pela Rodovia Rio-Santos em direção a São Paulo. Lá pelo quilômetro 154, há uma entrada onde temos o começo de Paraty-Mirim. O percurso é de normalmente 30 sem trânsito.

A estrada pede um pouco mais de atenção, principalmente em semanas que tiveram muitos dias de chuva.

Próximo a praia, temos um estacionamento cuja diária fica em torno de 20 reais.

Já de ônibus, temos uma linha Paraty > Paraty-Mirim e o ponto final deixa próximo a praia! Os ônibus saem normalmente a cada 1 hora da Rodoviária na Avenida Roberto Silveira. A viagem dura em torno de 40 minutos.

Na rodoviária de Paraty, temos um cronograma com todos os horários dos ônibus que circulam pelo município. É acessível e você pode tirar uma foto para organizar sua estadia melhor, caso dependa de transporte público. De lá, temos ônibus para Trindade, cachoeiras, Praia de São Gonçalo… Lugares incríveis!

Quilombo do Campinho da Independência

Pra quem estiver de carro e quer uma opção diferente, entre Paraty e Paraty-mirim temos o Quilombo do Campinho. De Paraty-Mirim para o Quilombo, a viagem é cerca de 20 minutos, seguindo novamente a Rodovia Rio-Santos em direção a São Paulo. A pedida lá é uma pausa para almoço e conhecer um pouco sobre a história do local.

O restaurante do Quilombo já ganhou vários prêmios e é uma ótima pedida para conhecer mais sobre a gastronomia local (destaque para o Peixe à moda quilombola!). Porém, Quilombo do Campinho é muito mais do que um simples restaurante, os moradores oferecem um tour contando todas as curiosidades e histórias do local. Assim como o assentamento indígena de Paraty-mirim, temos famílias morando no Quilombo do Campinho. Dizem que 3 escravas herdaram o lugar após a abolição da escravidão e assim começa a história do lugar. É um passeio pra ficar pra sempre na memória.

Uma dica! Caso você esteja visitando Paraty em novembro, o Quilombo do Campinho conta com uma programação incrível no feriado da Consciência Negra.

Reserva Indígena de Paraty-Mirim

Pra quem sai da Rodovia Rio-Santos e acessa a estrada para Paraty-Mirim, temos uma Reserva Indígena que vale muito a pena a visita!

Trata-se de um assentamento indígena da tribo Guarani. Essa reserva já é reconhecida pela Fundação Nacional do Índio e moram cerca de 36 famílias que vivem do artesanato e agricultura. É bem comum, durante sua caminhada pelo centro histórico, vermos o artesanato típico guarani: os cestos coloridos. Para visitar a aldeia, basta ligar a agendar.

Na aldeia também temos uma escola com biblioteca pra afirmar a identidade indígena das famílias que moram nesse assentamento. A ideia é instruir e agregar a comunidade através da educação e do turismo sustentável.

Praia de Paraty-mirim

Uma das minhas praias favoritas da região, a praia da vila de Paraty-mirim oferece calmaria e descanso. A faixa de areia é extensa e o mar muito calmo. Próximo da praia temos alguns quiosques que oferecem bebidas e alguns lanches.

Perto da Praia, temos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, uma das mais antigas da região! Infelizmente, a igreja não está bem conservada, mas apesar disso, a construção de 1720 ainda chama atenção de quem passeia pela orla da praia.

paraty-mirim-igreja-nossa-senhora-da-conceição

É uma construção bem simples bem parecida com as igrejas do início da colonização brasileira. A devoção da igreja é de Nossa Senhora da Conceição e a imagem que ficava no altar da igreja, hoje se encontra no Museu de Arte Sacra de Paraty.

Para saber melhor sobre as Igrejas de Paraty, leia nosso post!

De Paraty-mirim, barqueiros oferecem passeios de barco para áreas próximas como o Saco do Mamanguá. Os barcos e o estilo de passeio se parecem bastante aos aluguéis de barco que temos no Centro Histórico de Paraty, você combina o itinerário e o preço.

Também podemos acessar por trilha, mas isso pede maior preparação física. O Saco conta com 33 praias e é um lugar único pra se visitar. Muitos comparam com um fiorde norueguês, uma espécie de golfo onde temos uma grande entrada do mar entre as montanhas.

saco-do-mamangua-paraty-mirim

Outra opção é a Praia do Saco da Velha. Já falamos sobre essa praia no nosso post sobre Praias de Paraty! Não deixe de ler e planejar um Passeio de Barco pela região.

Costa Verde

Toda a extensão que vai do sul litorâneo do Rio de Janeiro até o norte de São Paulo chamamos de Costa Verde. Ao pegar o trecho da BR-101, ou a famosa Rio-Santos, já entendemos porque chamamos dessa forma.

Algumas partes da área é protegida pelo Instituto Chico Mendes (ICM-Bio) que administra as áreas protegidas de Mata Atlântica. Só o percurso da viagem é incrível, mas além disso, temos cidades com muita história (Angra dos Reis, Paraty, Ubatuba) e importância cultural pro país.

Na região sul da Costa Verde se estendendo até o Paraná, temos a comunidade caiçara. Eles são a comunidade tradicional da área que até hoje vivem de uma forma bem simples e que encantam as pessoas que conhecem um pouco mais do seu dia a dia.

Durante todo o ano, os caiçaras organizam festivais de Fandango, uma música típica tocada por instrumentos originais e feitos por eles. As duas festas mais populares do calendário do Fandango são as festas de Ubatuba e Paraty.

O Fandango Caiçara, desde 2012, é Patrimônio Imaterial do Brasil registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN). Caso esteja por essas cidades durante os festivais, não deixe de conferir!

Para saber mais sobre a História de Paraty e suas curiosidades, não deixe de participar do nosso Paraty Free Walking Tour!